sexta-feira, dezembro 30, 2005

Em 2006:"Mergulhem"

Passei aqui num instante só para vos desejar um Feliz Ano Novo e que neste ano cometam todas as loucuras, realizem vários desejos e alcancem alguns sonhos que deixaram para trás. Não deixem que a vida vos passe ao lado, pois só se vive uma vez. Aqueles problemas que não vos deixam dormir a cada dia que passa, afinal não são assim tão monstruosos. O Homem é que tem uma capacidade tremenda de os aumentar...é uma questão de "beat the machine that works in your head". Arrependam-se não do que fizeram, mas apenas do que não concretizaram por medo ou por insegurança. Os limites nascem e crescem na nossa cabeça, portanto só nós os podemos combater. "Get your power on!"

Dá um mergulho no mar
Dá um mergulho sem olhar para trás
Dá um salto no ar
Só para veres do que és capaz

Arrisca mais uma vez
Nem que seja só por arriscar
Nunca se tem muito a perder
Dá um mergulho no mar

Há tantas coisas por fazer
E tantas por inventar
Dá um mergulho no mar

E tu vais ver
Tu vais jogar
Tu vais perder
Tu vais tentar

Mais uma vez
E tu vais ver
E tu vais rir

Tu vais ganhar

Tens pouco tempo para ser só teu
Não esperes nem deixes passar
Essa vontade que quer
Dar um mergulho no mar

Arrisca mais uma vez
Nem que seja só por arriscar
Nunca se tem muito a perder
Dá um mergulho no mar

Há tantas coisas por fazer
E tantas por inventar
Dá um mergulho no mar

E tu vais ver
Tu vais jogar
Tu vais perder
Tu vais tentar

Xutos e Pontapés - Dá um mergulho
P.S. - Photo taken by Nuno Ferro@oblogdorapaz.blogs.sapo.pt

quinta-feira, dezembro 29, 2005

"Mensagem"

taken by Damadespadas

"Ninguém sabe que coisa quer.

Ninguém conhece que alma tem,

Nem o que é mal nem o que é bem...

(Que ânsia distante perto chora?)

Tudo é incerto e derradeiro.

Tudo é disperso, nada é inteiro.

Ó Portugal, hoje és nevoeiro.

É a Hora!."

Fernando Pessoa - Nevoeiro

terça-feira, dezembro 27, 2005

Um Momento Perfeito

Voltei de viagem. Esteve muito frio donde vim, mas os sorrisos da família chegaram para aquecer este Natal. E, isso é o que importa!
Me, a fingir que estava a varrer, e o meu mano @Castelo Novo - Natal 2005
"Aquele Abraço"

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Boas festas a todos! ;- ) Ho, Ho, Ho

Chegou a época de Natal e já recebi uma grande prenda antecipada. Cheguei às 1000 entradas com a vossa preciosa ajuda! Agradeço a todos os leitores deste blog por lerem o que me vai na alma, pelas palavras carinhosas e pelas opiniões tão pessoais com que me delicio pela madrugada fora, quando as emoções chegam a rasgar a pele. Desejo - vos a todos um grande Natal repleto de PAZ!Amem- se...
NAMASTÊ
Shawn Conn´s art work - 1999

"Imagine there's no heaven
It's easy if you try
No hell below us
Above us only sky
Imagine all the people
Living for today
Imagine there's no country
It isn't hard to do
Nothing to kill or die for
And no religion too
Imagine all the people
Living life in peace
You may say, I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day you'll join us
And the world will be as one
Imagine no possessions
I wonder if you can
No need for greed or hunger
A brotherhood of man
Imagine all the people
Sharing all the world
You may say, I'm a dreamer
But I'm not the only one
I hope some day you'll join us
And the world will be as one."
John Lennon, Imagine.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

"A frouxidão no amor é uma ofensa"

Há 200 anos atrás, neste mesmo dia, morreu Du Bocage, um dos maiores poetas portugueses do século XVIII. E como a minha paixão pelo pré - romantismo é enorme, não posso deixar passar esta data em branco. Escolhi este poema, porque também eu vivo o amor assim...a tocar os extremos.

Taken by Damadespadas@Chiado


"A frouxidão no amor é uma ofensa,
Ofensa que se eleva a grau supremo;
Paixão requer paixão, fervor e extremo;
Com extremo e fervor se recompensa.


Vê qual sou, vê qual és, vê que diferença!
Eu descoro, eu praguejo, eu ardo, eu gemo;
Eu choro, eu desespero, eu clamo, eu tremo;
Em sombras a razão se me condensa.


Tu só tens gratidão, só tens brandura,
E antes que um coração pouco amoroso
Quisera ver-te uma alma ingrata e dura.


Talvez me enfadaria aspecto iroso,
Mas de teu peito a lânguida ternura
Tem-me cativo e não me faz ditoso."

Manuel Maria Barbosa Du Bocage

terça-feira, dezembro 20, 2005

(N)aquela cidade

Parabéns Peach e que continues como o Vinho do Porto...
Estampa da 2.ª metade do século XVIII

"Nos teus olhos altamente perigosos
Vigora ainda o mais rigoroso amor
A luz de ombros puros e a sombra
De uma angústia já purificada
(...)
Não tu és da cidade aventureira
Da cidade onde o amor encontra as suas ruas
E o cemitério ardente
Da sua morte
Tu és cidade onde vives por um fio
De puro acaso
Onde morres ou vives não de asfixia
Mas às mãos de uma aventura de um comércio puro
Sem a moeda falsa do bem e do mal

Nesta curva tão terna e lancinante
Que vai ser que já é o teu desaparecimento
Digo-te adeus
E como um adolescente
Tropeço de ternura
Por ti.”
Alexandre O´Neill
Eu não quero ser a luz que já não sou
Eu não quero ser o primeiro
Sou o tempo que acabou.
Pedro Abrunhosa

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Quase trintona...quase ;-)

Hoje para quem não sabe a minha pessoa, mais propriamente, moi même faz anos. Já lá vão quase trinta e a única diferença que sinto é o desgaste do corpo, nada mais. O juízo continua a não abundar por estes lados e, sinceramente, duvido que esse fenómeno ocorra em breve. A loucura e a liberdade serão sempre os meus guias. E, parabéns para mim!
Eu e a minha irmã gémea.lol. Já viram o que os fotógrafos
conseguiam fazer há 20 e tal anos atrás sem Photoshop? Nada mau!

Desde sempre com os olhos bem abertos e já com uma

certa tendência para o romantismo. A gola não engana. Quem diria?

Eu com umas lunettes nada fashion e com a pura falha entre os dentes.

Ai que "uinda"!

Sonhos cor-de-rosa de menina

Realmente pior que esta não há. Penteado à croma e das

mais difíceis. Nem acredito que saía à rua assim. (14 anos)

Pronto depois cresceu-me a gadelha e fiquei loira por magia.

Nesta tinha uns quinze ou dezasseis. Grandes tempos de loucura.

Esta foi tirada nos tempos neoclássicos e tal...

com pose e regras vitruvianas. (18 anos)

Tirada hoje

Esta "gaija" sou eu dez anos depois da última foto

e olhem que a diferença não me parece ser muita ou será

que já estou é a precisar de óculos?

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Procura o lugar onde te nascem as lembranças. Porque...

"Quando aqui não estás, o que nos rodeou põe - se a morrer."
Al Berto, in Vigílias

quarta-feira, dezembro 14, 2005

"BUÓLÁ"



" - Sabes - dizia a Florinda ao Rapaz de Bronze - , em frente da minha janela há uma tília. E no Verão, quando durmo com a janela aberta, antes de adormecer olho para a tília e vejo as folhas a dançar, vejo - as fazer sinais umas às outras e oiço - as conversar, e oiço um murmúrio de segredos. E de dia conto isto às pessoas. Mas todos dizem: - As folhas não conversam nem fazem sinais. É o vento que faz mexer as folhas.

- Florinda - disse o Rapaz de Bronze - , vou - te ensinar um grande segredo: quando vires uma coisa acredita nela, mesmo que todos digam que não é verdade."

Sophia de Mello Breyner Andresen in O Rapaz de Bronze

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Idealização masculina vs feminina

Há uns tempos pus - me a pensar na causa da infidelidade dos homens e cheguei a uma conclusão passado algumas conversas de café em amena cavaqueira. Este post não exclui as mulheres modernas, pois cada vez mais pensamos como o sexo masculino. Ora, indo à raiz da questão é habitual ouvirmos os homens a elogiar o sexo feminino por partes do corpo e não como um todo. Para eles, todas são diferentes e se pudessem retirar um pedaço de cada uma delas e formar um conjunto com esses fragmentos, então seria perfeito ou não me digam que nunca ouviram piropos brejeiros e, até ordinários como: "Epá, gala - me ali o rabo daquela!";"Mica - me aquela prateleira" e afins! Como uma só mulher não contém em si todos os atributos fantasiados pelo homem, ele tem necessidade de ir experimentando o que sempre sonhou ter entre mãos, seja um traseiro avantajado ou uns seios voluptuosos. Já com as mulheres, não se passa o mesmo fenómeno, talvez porque não sejam seres tão físicos como o homem e, porque, na realidade idealizam o seu "príncipe encantado" de um modo geral, ou seja, sabem apreciar um conjunto com todas as suas virtudes e defeitos. Aí, reside o mistério do intelecto sobre a aparência física e... porque o feio também pode ser belo!

As Três Parcas (frontão leste do Pártenon) séc. V a.C. - Fídias

Licino: - Acho que arranjarei processo mais seguro, se convocar alguns dos mais famosos artistas antigos para executarem uma mulher modelo.

Polístrato: - Que queres dizer? Como haviam eles de vir, se já morreram há tanto tempo?

Licino: - É fácil, desde que não hesites em dar - me umas respostas.

Polístrato: - Basta perguntares.

Licino: - Já estiveste em Cnidos, Polístrato?

Polístrato: - Já.

Licino: - Então viste, concerteza, a Afrodite que lá têm?

Polístrato: - Por Zeus, que vi! É a mais bela obra de Praxíteles!

Licino: - Mas, se a viste, como dizes, responde - me agora se já viste também a Afrodite nos Jardins, em Atenas, feita por Alcâmenes?

Polístrato: - Seria o mais desleixado dos homens, Licino, se não tivesse apreciado a mais formosa escultura de Alcâmenes.

Licino: - Pelo menos não te vou perguntar, Polístrato, se já foste muitas vezes à Acrópole contemplar a Sosandra de Cálamis.

Polístrato: - Também já a vi muitas vezes.

Licino: - Basta. Das obras de Fídias, qual elogias mais?

Polístrato: - Qual há - de ser senão a Atena de Lemnos, na qual Fídias até se dignou inscrever o seu nome? E, por Zeus, a Amazona encostada à lança!

Licino: - São essas as mais belas, companheiro, de tal modo que nem precisamos de mais artistas. Vamos lá então! De todas estas farei uma combinação conforme puder, e mostrar - te - ei uma estátua que contém o melhor de cada uma.

Luciano, in Hélade


quarta-feira, dezembro 07, 2005

O

O próximo post não é aconselhável a pessoas púdicas, pois o seu teor é quase "pútico". Obrigado ;)


Protocolo do B. Vicioso
Sem humm!Humm!Humm!
Não é a mesma coisa,
Sem humm!Humm!Humm!
Não é suficientemente vicioso!
Susurra-se o nome da coisa,
que as palavras ditas entretanto
ficam gravadas em brasa
na coisa sem nome.
Oh!Os bons fazem-se com cuspo,
mas um bom, bem desenhado, bem vicioso,
por nada deste mundo se cospe.
Mas sem humm, humm!Humm!
Não é a mesma coisa.
Sem humm!Humm!Humm!
Não é suficientemente vicioso!
P.S.- Because "Sweet dreams are made of this" !

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Der Blaue Reiter

Ontem, dia 4 de Dezembro faria anos Wassily Kandinsky (1866 - 1944). Pintor ligado à Escola Bauhaus e um dos fundadores do grupo Der Blaue Reiter ("O Cavaleiro Azul"). No seu percurso artístico esteve ligado a vários movimentos desde o fauvismo até ao abstraccionismo.
O Casal de Cavaleiros
1906 - óleo sobre tela
55x50,5 cm - Munique
O Casal de Cavaleiros trata - se de um quadro da fase inicial do trabalho de Kandinsky (pintura figurativa). É uma tela de contrastes, na qual a parte inferior e superior se apresentam mais escuras, ao contrário da central, onde predominam os tons mais claros e vivos, como branco, amarelo e verde.
Estes tons mais claros destacam a representação de uma cidade russa, Moscovo, que nos aparece ao fundo com as suas cúpulas. O pintor realça assim esta zona.
Em primeiro plano aparece - nos o casal de cavaleiros, envergando um traje tipicamente russo. Encontram - se montados num cavalo, que enverga também ele, ornamentos que remetem para uma época passada. Parecem enamorados e estão rodeados por uma atmosfera algo romântica, aparecendo - nos na parte superior e inferior folhas de árvores com um tom outonal (castanhos e amarelos).
Todo o quadro nos apela à paixão pela cidade natal de Kandinsky - Moscovo -, no qual além das cores fortes e evocativas de valores remetendo para um certo estado de espírito, todos os restantes elementos são simplificados.
Contribuem para a criação de uma atmosfera algo irreal, as pequenas manchas brilhantes que inundam a paisagem, afastando a cena do mundo quotidiano.
"Eu ficava embriagado com as cores da Natureza. Então aplicava riscas e gotas coloridas sobre a tela e fazia - las cantar com toda a intensidade de que era capaz."
Wassily Kandinsky
P.S. - Qualquer semelhança com o post anterior é pura coincidência...acreditem ou não.lol.