quarta-feira, dezembro 21, 2005

"A frouxidão no amor é uma ofensa"

Há 200 anos atrás, neste mesmo dia, morreu Du Bocage, um dos maiores poetas portugueses do século XVIII. E como a minha paixão pelo pré - romantismo é enorme, não posso deixar passar esta data em branco. Escolhi este poema, porque também eu vivo o amor assim...a tocar os extremos.

Taken by Damadespadas@Chiado


"A frouxidão no amor é uma ofensa,
Ofensa que se eleva a grau supremo;
Paixão requer paixão, fervor e extremo;
Com extremo e fervor se recompensa.


Vê qual sou, vê qual és, vê que diferença!
Eu descoro, eu praguejo, eu ardo, eu gemo;
Eu choro, eu desespero, eu clamo, eu tremo;
Em sombras a razão se me condensa.


Tu só tens gratidão, só tens brandura,
E antes que um coração pouco amoroso
Quisera ver-te uma alma ingrata e dura.


Talvez me enfadaria aspecto iroso,
Mas de teu peito a lânguida ternura
Tem-me cativo e não me faz ditoso."

Manuel Maria Barbosa Du Bocage

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

"...
Quem admira guarda para si uma porção de si.Mas quem ama, fica sem nada admirar.É não ficar totalmente comprometido;e amar é perder-se em sujeição"


Vergílio Ferreira
in
"Pensar"


nOPia

12/31/2005 3:02 da manhã  

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