terça-feira, março 29, 2011

Elucidaçao

Passou o tempo das palavras apaixonadas, belas e efémeras
Chegou a hora das atitudes espontâneas, doces e perenes
Agora só resta encontrar o equilíbrio.

taken by Piranha@Cambridge2010

Ternura


Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada...

Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio...

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente
que da nossa ternura anda sorrindo...

Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!


David Mourão-Ferreira, in "Infinito Pessoal"

quarta-feira, março 02, 2011

Blue

Hoje acordei, abri as cortinas floridas do quarto e o céu apareceu carregado de um cinzento profundo. Pensei: "Agora apetecia-me (re)pintar o céu de um azul celestial...contigo!", mas nao sei se (ainda) temos tinta suficiente para tanto (a)mar.

taken by me@Boom2010

O Anzol
Ai eu já pensei,
Mandar pintar o céu em tons de azul,
Pra ser original
Só depois notei,
Que azul já ele é...
Houve alguém,
Que teve ideia igual.


Eu não sei, se hei-de fugir,
Ou morder o anzol
Já não há, nada de novo aqui
Debaixo do sol.

Já me persegui,
por becos e ruelas de horror,
caminhos sem saída...
Até que me perdi
sozinha sem saber de que cor,
pintar a minha vida.


Eu não sei, se hei-de fugir,
Ou morder o anzol
Já não há, nada de novo aqui
Debaixo do sol.


Eu não sei, se hei-de fugir,
Ou morder o anzol
Já não há, nada de novo aqui
Debaixo do sol.

Rádio Macau