quarta-feira, agosto 10, 2005

O Grito

Óleo, têmpera e pastel em cartão, 91 x 73,5 cm
Galeria Nacional, Oslo. 1893
"Sem medo e doença a minha vida teria sido um barco sem rumo." Edvard Munch
Normalmente gosto de surpreender as pessoas pela positiva e, como não fui presenteada com nenhum dom do plano divino, tal como escrever poesia, cantar, tocar um instrumento, representar, dançar, esculpir, pintar...penso que o melhor que vos posso dar é falar - vos do que mais adoro, ou seja, de arte pictórica. Hoje resolvi revelar-vos um pouco da minha sensibilidade visual nata desenvolvida ao longo de alguns anitos de investigação através do quadro "O Grito" de Edvard Munch (1863 - 1944). Espero que vos ajude de algum modo a compreender melhor os génios artísticos.
Este é, sem dúvida, um dos quadros mais famosos do Expressionismo, do qual existem 50 versões. Nesta tela está representado o medo, a solidão, a angústia e o tormento emocional do Homem num cenário natural que absorve o grito e o faz ecoar por detrás da baía. Estes sentimentos negativos estão visíveis na distorção das cores e formas e também através da figura que está em primeiro plano.
Este ser, com as mãos no rosto e de olhos e boca abertos, demonstra uma expressão assustada, representando uma figura torturada pelo horror. No fundo, trata - se da personificação da angústia existencial do Homem moderno.
O ser e a paisagem tornam-se um só, pois do impacto de um elemento no outro e vice - versa resulta uma composição de poder extremamente intensa e convincente.
Em segundo plano temos dois homens de chapéu que caminham em sentido contrário ao da figura. Por detrás destes, a baía e os pequenos barcos à vela. A ponte, na qual se encontram as três personagens, corta diagonalmente o quadro. Pensa-se que esta paisagem seja em Nordstand na Noruega.
Munch descreveu, em 1892, no seu diário em Nice durante um período de doença, a experiência que levou à criação deste quadro:
"Eu estava a passear cá fora com dois amigos e o sol começou a pôr-se. De repente, o céu ficou vermelho, cor de sangue. Eu parei, sentia-me exausto e apoiei-me a uma cerca. Havia sangue e línguas de fogo por cima do fiorde e da cidade. Os meus amigos continuaram a andar e eu fiquei ali, em pé, a tremer de medo e senti um grito infindável a atravessar a natureza." Edvard Munch

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Os blogs são sempre um espaço onde expomos os nossos gritos,por isso tem cuidado, não vás gritar algo que depois te arrependas..

(eu hj tou meio pró down, nao ligues a estas palavras lol).


N.

8/11/2005 1:26 da tarde  
Blogger damadespadas said...

Obrigado N. pelo conselho. No primeiro post voltei algumas vezes atrás nas palavras, mas dps cheguei à conclusão que se calar o que trago dentro de mim...deixo de ser eu. 1 abraço

8/11/2005 6:17 da tarde  

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